
O ator e diretor Wagner Moura voltou a criticar à Agência Nacional do Cinema, a Ancine, em uma entrevista ao UOL. De acordo com o artista, a cinebiografia do guerrilheiro comunista Marighella foi censurada pelo governo após entraves burocráticos impedirem sua estreia no Brasil:
“Como grande empresa, a [produtora] O2 não pode chegar e dizer que a Ancine censurou o filme. Mas eu posso. Susteno o que já disse. É uma censura diferente, mas é censura, que usa instrumentos burocráticos para dificultar produções das quais o governo discorda. Não há uma ordem transparente por parte do governo para que isso aconteça, no entanto já vimos Bolsonaro publicamente dizer que a cultura precisa de um filtro. E esse filtro seria feito pela Ancine”.
O longa que conta a vida do guerrilheiro visto por muitos como ‘terrorista’ e também por muitos como ‘herói’ chegaria aos cinemas em novembro de 2019, mas a estreia foi cancelada após a produtora O2 ter dois pedidos negados pela Ancine. Segundo Moura, um processo era de redimensionamento de orçamento e outro de ressarcimento de recursos do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual), que a produtora teria bancado para cobrir a extensão do orçamento.
Sobre um suposto imbróglio financeiro entre a O2 e a Ancine sobre o lançamento do documentário O Sentido da Vida, que estaria inviabilizando a liberação do valor para Marighella, o cineasta afirmou “O atraso na conclusão desse filme ocorreu apenas em novembro de 2019, enquanto a negativa do pedido relativo ao Marighella veio em agosto. Ou seja, uma coisa não tem nada a ver com a outra”.
O artista diz também que está procurando apoiadores para lançar o filme, embora tenha a “esperança de que a Ancine honre o compromisso, uma vez que já havíamos sido contemplados pelo fundo”.

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