Pazuello sobre Mandetta: “Podia ter usado melhor o tempo, não dar entrevistas 4 horas por dia”

Pazuello Mandetta

Desde que assumiu interinamente o cargo de ministro da Saúde, há dois meses, o general Eduardo Pazuello adotou o estilo low-profile, ou seja, prefere trabalhar do que ficar dando entrevistas coletivas e fazendo pronunciamentos em redes sociais.

General de divisão, o segundo maior posto da hierarquia do Exército, Pazuello comentou à VEJA! sobre o ataque sofrido pelo ministro do STF, Gilmar Mendes, que associou sua gestão a um “genocídio”. O General afirma que não ficou sequer incomodado com a acusação do ministro do STF, embora tenha classificado a declaração dele como “mal colocada” e “atravessada”, feita “num momento errado” e fruto de “informações truncadas”.

Pazuello afirma que a Saúde, por falta de conhecimento no momento, adotou inicialmente protocolos errados que levaram a mortes, provocaram medo na população e o colapso dos hospitais. Isso porque a recomendação inicial do ministério era para que, mesmo diante dos primeiros sintomas de Covid, o paciente ficasse em casa e apenas procurasse um médico no caso do agravamento do quadro. “Com isso, as pessoas morreram em casa, morreram no carro, indo para a UPA”, afirma. Culpa do então ministro Luiz Henrique Mandetta, que hoje acusa o governo de negligência? Não. “Na época era o que tinha de certo”, pondera. “Mas ele poderia ter usado o tempo dele melhor, ao invés de ficar dando entrevistas por quatro horas todos os dias”, alfineta.

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Além de mudar essa orientação de tratamento – segundo ele, “tardio”, o general diz que o ministério criou alguns procedimentos que foram fundamentais para o enfrentamento da pandemia nas regiões Norte e Nordeste. E garante: o Brasil, apesar das críticas, será reconhecido como um exemplo positivo no combate ao coronavírus.