
A Polícia Federal apreendeu quase R$ 750 mil na casa do secretario adjunto de gestão administrativa de Saúde, Peter Cassol, em buscas da Operação Para Bellum, desencadeada na manhã desta quarta (10) para investigar fraudes na compra de respiradores pelo governo estadual.
Segundo a corporação, o dinheiro foi encontrado embalado em jornal dentro de uma caixa térmica.
A operação conduzida pela PF realizou ao todo 23 buscas por ordem do ministro Francisco Falcão, do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Entre os alvos das buscas estão a casa do governador do Pará, Helder Barbalho, a residência do secretário de Saúde e Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde Alberto Beltrame, o Palácio dos Despachos, sede do Executivo estadual, e as Secretarias de Estado de Saúde, Fazenda e Casa Civil.
O STJ também mandou bloquear bens dos investigados, incluindo do governador do Estado.
A PF investiga um contrato de R$ 50,4 milhões que se deu mediante dispensa de licitação justificada pelo período de calamidade pública do coronavírus. Segundo a PF, metade do valor total da compra foi pago de forma antecipada, mas os respiradores foram entregues com grande atraso, eram diferentes do modelo comprado e ‘inservíveis’ no tratamento no coronavírus. Os equipamentos acabaram sendo devolvidos.
Entre as quatro empresas que são alvo da investigação nesta manhã está a companhia SKN do Brasil Importação e Exportação de Eletroeletrônicos LTDA. No mês passado foi fechado acordo para obrigar a empresa a devolver ao governo do Pará R$ 25,2 milhões referentes a 152 respiradores que chegaram da China para auxiliar no tratamento de pacientes com covid-19 mas não funcionaram.
Segundo a PGRa, a empresa em questão não possui sequer registro na Anvisa para fornecimento dos 400 respiradores comprados e que há indícios de superfaturamento de 86,6% na aquisição dos equipamentos.
O Ministério Público anunciou em nota a existência de ‘indícios que apontam que o governador tem relação próxima com o empresário responsável pela concretização do negócio e sabia da divergência dos produtos comprados e da carga de ventiladores pulmonares inadequados para o tratamento da covid-19 que foi entregue ao estado’. No Twitter Helder Barbalho afirmou que não é ‘amigo’ do referido empresário e que ‘obviamente não sabia’ que os equipamentos não funcionariam.

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