
Ao deixar a sede da Polícia Federal, em Brasília, na tarde desta quinta-feira, 4, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) disse que não respondeu às perguntas dos investigadores e que está sendo a deputada ‘mais perseguida’. A parlamentar afirmou que preferiu ficar em silêncio, porque sua defesa não teve acesso aos autos da investigação. “Até o momento, eu não tenho nem a informação se estou aqui na condição de testemunha, na condição de investigada, em que condição eu estou”, disse, segundo a revista Istoé.
A congressista foi chamada a prestar esclarecimentos no âmbito do inquérito das “fake news”, aberto em março do ano passado para apurar ameaças e ofensas dirigidas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e seus familiares. A deputada classificou o inquérito como inconstitucional e defendeu ele seja suspenso. Ela disse ainda que as perguntas dos investigadores ‘foram feitas sem contextualização de data’.
Ao contrário de outros suspeitos intimados pela Justiça, como o blogueiro Allan dos Santos e a ativista Sara Winter, que não compareceram aos depoimentos, a deputada se apresentou aos policiais. “Estou fazendo questão de vir aqui hoje para mostrar que eu não tenho nada a esconder”, declarou.
O Inquérito do STF queria ouvir os 29 citados esta semana, mas não conseguiu. A maioria deles se recusou a falar alegando que seus advogados não tiveram acesso ao teor completo das acusações. Em despachos proferidos na sexta, 29, e na segunda, 1º, o ministro Alexandre de Moraes, que conduz o inquérito, determinou que as defesas dos investigados agenciassem horários junto a seu gabinete para retirar cópias do processo, que não foi disponibilizado on-line em razão do sigilo da investigação.
Na semana passada, o inquérito do STF mirou aliados do presidente Jair Bolsonaro. Deputados, blogueiros, ativistas e outros bolsonaristas tiveram documentos, celulares e computadores apreendidos pela PF. O Planalto, através do Ministro da Justiça, André Mendonça, enviou ao STF habeas corpus em favor dos aliados. O pedido deve ser analisado pelo Plenário da Corte na próxima sexta-feira, 12.
Há outra ação em trâmite que pede a anulação completa do inquérito, por não ter sido aberto a pedido do MPF.

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