
Angela Alonso, presidente do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento – CEBRAP, relatou à Folha que a eleição de Bolsonaro é muito mais do que um rápido direcionamento à direita por parte da população, o que eventualmente é afirmado pela grande mídia.
Disse ela:
“O campo antiesquerda é amplo e enraizado. E nada tem de homogêneo. Ao contrário do que o uso farto das noções de populismo e fascismo leva a crer, trata-se de universo de alta complexidade (…).
A ambiguidade propiciou abrigar sob mesmo guarda-chuva grupos nacionalistas, militaristas, anticomunistas, pró-livre mercado, antitaxação, anticorrupção e pelo controle dos costumes. Todos ansiosos por uma sociedade mais ‘ética’, cada um entendendo ‘ética’ à sua maneira (…).
Todo esse mundo cresceu ao largo da grande mídia e da maioria dos cientistas sociais. Acumulou-se por quase uma década, antes que sua evidência nas ruas em 2015 impusesse sua consideração (…).
A eleição de Jair Bolsonaro é a vitória de uma mobilização social duradoura e arraigada. Não é marola de opinião. Nem é reencarnação de populismos ou fascismos. É fenômeno complexo e moderno. 2019 não será mera reedição de 1964. Quem fica pensando que a história se repete perde o bonde e acaba atropelado.”
Informação dO Antagonista.

Canal de divulgação de informações sobre a República de Curitiba