Após 4 anos, Marina Silva ressurge e diz que chegou a hora de ser presidente do Brasil

A ex-ministra do Meio Ambiente de Lula, Marina Silva vai tentar pela terceira vez, em outubro, chegar à Presidência do Brasil com a convicção de que os eleitores entenderão sua mensagem de renovação de um sistema político debilitado pela crise econômica e os escândalos de corrupção.

“Pela terceira vez eu estou me colocando como candidata à Presidência da República (…) Entendendo que nunca foi tão necessário um projeto político de país, que atenda algumas questões que eu considero fundamentais”, disse nesta sexta-feira Marina (Rede), de 60 anos, em coletiva de imprensa a correspondentes estrangeiros no Rio de Janeiro.

Embora as pesquisas atribuam a ela menos de 10% das intenções de voto (metade da obtida em 2010 e 2014, quando ficou em terceiro), Marina Silva avalia que as próximas eleições serão “bastante pulverizadas” e que se abre um espaço para romper o monopólio do poder que um punhado de partidos exerce desde a restauração da democracia em 1985.

“Acho que chegamos ao fim de um ciclo”, diagnostica a ex-senadora do PT e ex-ministra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), que apoiou Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições de 2014.

“Há uma profunda estagnação do sistema político brasileiro, no qual os principais partidos que historicamente se revezam no poder desde a conquista da democracia estão gravemente envolvidos em problemas de corrupção”, afirmou, em alusão às denúncias que levaram à prisão ou puseram na mira da Justiça a maioria dos mais altos dirigentes do país nos últimos anos, inclusive Lula, preso em Curitiba desde abril.

Em alusão ao ex-presidente, que corre o risco de não poder se candidatar por ter sido condenado em segunda instância, Marina lembrou que o PT apoiou a lei da Ficha Limpa, “uma conquista da sociedade brasileira para evitar que aqueles que praticam crimes de corrupção contra o interesse público possam ser candidatos, desde que estejam devidamente condenados”.

“A lei não pode ser adaptar às pessoas. As pessoas é que têm que se adaptar à lei”, afirmou.