
O empreiteiro Marcelo Odebrecht entregou ao juiz Sergio Moro, na quarta-feira 28, um conjunto de e-mails que mostram como funcionava a parceria criminosa da construtora com figuras de proa do governo do ex-presidente Lula. As mensagens foram apresentadas à Justiça como provas de que a Odebrecht bancava uma vida de comodidades a Lula e a seus familiares, em troca do trabalho do petista como despachante dos interesses da empreiteira. Em um dos e-mails, de 12 de novembro de 2008, Marcelo relata a executivos do grupo uma cobrança de propina que havia recebido de Antonio Palocci, o ex-ministro da Fazenda do petista. Como a Lava-Jato descobriu, Palocci era o responsável por fazer o controle da conta de propina que o PT mantinha com a empreiteira. Naqueles idos do segundo mandato de Lula, a Odebrecht havia conquistado contratos bilionários no regime do ditador Muamar Kadafi, na Líbia. Era de olho no faturamento desses negócios que Palocci, segundo Marcelo, “insinuou” que a Odebrecht teria “compromissos políticos” a honrar com Lula.
Segundo Palocci, em 2002, ele recebeu uma missão delicada: Kadafi disponibilizara 1 milhão de dólares, o equivalente a 4 milhões de reais na época, para apoiar a campanha de Lula. E ex-ministro foi incumbido de encontrar um jeito de colocar o dinheiro dentro do Brasil sem chamar a atenção das autoridades nem deixar rastros de sua origem. Nos relatos entregues aos investigadores, os chamados “anexos”, o ex-ministro afirma que cumpriu a missão e promete exibir comprovantes da operação. Palocci pretende revelar os detalhes da transação – quem deu a ordem, quem intermediou, como o dinheiro chegou ao Brasil e de que forma ele foi utilizado – caso o acordo de colaboração seja assinado.
A lei eleitoral proíbe dinheiro de “procedência estrangeira”, o que pode levar à cassação do registro do partido.
Com informações da VEJA!

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