Ativistas de Direitos Humanos rumam para o Rio de Janeiro para “proteger os vulneráveis” da ação do Exército

ONGs e ativistas que atuam em favelas da cidade do Rio de Janeiro na defesa de criminosos estão se organizando para tentar monitorar a ação das Forças Armadas, que estão realizando a intervenção federal no estado.

A Expectativa é que ONGs do Brasil todo se juntem em uma “corrente de paz” para “proteger vulneráveis” no Rio de Janeiro.

Entidades como o Observatório de Favelas, Redes da Maré e outras, se reunirão na terça, 20, para discutir como fiscalizar a intervenção e proteger os criminosos que “tiverem seus direitos violados”.

“Estamos criando uma rede monitoramento dessa intervenção. Queremos criar meios de acompanhar, denunciar, criticar e propor soluções. Precisamos criar um manual de procedimentos e evitar que determinados conflitos ocorram. Vamos usar a experiência que temos de modo a não cair nos mesmos problemas que tivemos do passado”, afirmou Jailson de SouzaSilva, fundador e diretor de Políticas Urbanas do Observatório de Favelas.

“Tivemos a experiência (no passado) de tanques apontados para as favelas, para os morros, cercos com arame farpado, soldados armados, um estado de guerra, revistas armadas da população, inclusive de crianças. Estamos colocando a população numa situação de risco num quadro que não vai trazer solução”.

“Como o Exército não pode ficar indefinidamente, não tem cabimento esse tipo de estratégia. Essa política não tem futuro. Nosso desafio é fazer com que ela tenha o menor dano possível à população.”

“Estamos lidando com dois governos [o federal e o estadual] absolutamente incapazes, que estão utilizando o Exército como instrumento para seus interesses políticos específicos e imediatos”, disse Silva.

“Com esse governo federal, o mais impopular da história, e com esse governo estadual, que não tem credibilidade, autoridade e competência técnica, nós não teremos nenhuma condição de avançar”, afirmou.

A solução de Silva para a crise de segurança é buscar outras formas de lidar com os criminosos:

“Temos que procurar formas inteligentes de lidar com os grupos criminosos, formas que não penalizem a população da favela e das periferias e que permitam construir uma política com metas e participação popular”, disse.